Vivemos em uma era de Googleização, constantemente inundados por imagens e informações de caráter e origens diversas que invadem nossa percepção sem hierarquia, obscurecendo a possibilidade de uma compreensão abrangente. Este é o ponto de partida desta exposição: é possível abordar uma cultura por meio da arte contemporânea? Como as artes visuais contribuem para reconfigurar as narrativas que construímos sobre a sociedade, a memória, o passado e o presente?
Por meio de uma seleção com curadoria de artistas e obras, esta exposição visa explorar esses temas, guiada pela ideia de que a essência da arte, em termos conceituais, é a iluminação poética — sua capacidade de simbolicamente lançar luz sobre o mundo em que habitamos, revelando não apenas elementos do nosso passado, mas também nossos sonhos, anseios e fantasias.
O trajeto é projetado para envolver imagens que revelam simultaneamente a perspectiva única de cada artista e a expressão de uma matriz cultural compartilhada. Também destaca como a identidade de cada artista contribui para a formação de uma cultura visual distinta dentro do tecido dos processos contemporâneos.
História, memória e tradição cultural se permeiam nas obras apresentadas aqui. Por meio de diversas estratégias estéticas e abordagens materiais, essas peças não apenas iluminam ideias e pensamentos, mas também nos posicionam em novos limiares de compreensão. Dois temas principais emergem do repertório da exposição. O primeiro é o deserto, representando espaço, infinito e vida. O segundo é a singularidade da tradição cultural e a evolução de uma cultura visual única, moldada por diversos passados e presentes.
Ambos os temas se cruzam com outros como memória, consciência ambiental, origens e identidade. Dentro dessa intrincada rede de preocupações, a história da Arábia Saudita é tecida em termos artísticos, enriquecida pelas questões do presente. Além de explorar esses dois núcleos temáticos, é crucial destacar as interseções que surgem entre eles. Capturar esses diálogos é fundamental para o apelo e a significância da exposição.
Diana Wechsler