Prêmio Pipa 2023

Glicéria Tupinambá, Helô Sanvoy, Iagor Peres e Luana Vitra

Na décima quarta edição do Prêmio, temos o prazer de anunciar os Artistas Premiados do PIPA 2023: Glicéria Tupinambá, Helô Sanvoy, Iagor Peres e Luana Vitra. Entre os 73 indicados deste ano, artistas com até 15 anos de carreira, os quatro foram escolhidos pelo Conselho do PIPA por terem obras contundentes e representativas da pluralidade de poéticas e linguagens desenvolvidas no Brasil. Como parte da premiação, cada um recebe uma doação de R$20 mil e realiza a mostra no Paço Imperial de 9 de setembro a 12 de novembro.
Com uma trajetória de mais de dez anos no cenário da arte contemporânea, o Prêmio PIPA, uma iniciativa do Instituto PIPA, tem como objetivo divulgar a arte e artistas brasileiros, além de estimular a produção artística nacional. Ao longo de mais de uma década, buscamos apresentar um conjunto que se destaca no meio artístico e que traduz a diversidade e a qualidade da cena cultural no país.

Glicéria Tupinambá, que recentemente intermediou o retorno de um manto Tupinambá da Dinamarca para o Brasil, vai apresentar um painel sobre suas pesquisas com os mantos. Segundo a artista, “as mulheres portadoras dos mantos aparecem em registros históricos, mas são tratadas como se não houvessem existido, como se o Manto Tupinambá fosse portado apenas por pajés – homens”. Além do painel, Glicéria também vai exibir o filme “Nós Somos Pássaros que Andam”.

Iagor Peres apresenta o trabalho “Tremor”, uma escultura que segue o caminho das agências não vistas. A obra consiste inicialmente na instalação de dois motores vibracionais magnéticos diretamente no chão. Essas presenças permanecem no espaço escondidas em caixas e criam um campo de vibração diretamente no solo que não é perceptível pelos olhos, apenas revelado por meio do contato iminente entre o tato e o espaço. No trabalho, Iagor explora o invisível pelo calor e pelo som.

Helô Sanvoy reúne objetos, vídeo e esculturas em sua área expositiva, além de realizar a performance “Empelo” no dia da abertura. Nela, o artista fica suspenso na parede, preso por uma trança. Outro trabalho, “Gamela”, é composto pelos materiais que fizeram parte dos principais ciclos econômicos do Brasil: o ciclo do pau-brasil, cana-de-açúcar, ouro, algodão, café e borracha.
Luana Vitra, cujo principal interesse artístico se volta para o reino mineral, apresenta objetos em que propõe a interseção entre sua subjetivação e os minerais, “o que a leva a um desejo de transição de reino, onde aos poucos vai permitindo ao seu corpo assumir características minerais”.

Desde 2020, a exposição do Prêmio não tem caráter competitivo. Esta mostra é, também, uma celebração da escolha dos quatro artistas premiados da edição. Assim, os quatro dividem o Terreiro com obras justapostas, posicionadas de forma a evidenciar as permeabilidades possíveis e aumentando sua potência como conjunto. Sem uma expografia rígida, eles criam juntos um espaço de forma livre e fluida – a exposição é escrita a várias mãos.

Segundo Luiz Camillo Osorio, curador do Instituto PIPA, “os quatro artistas premiados explicitam a força plástica extraída de corpos dissidentes e suas lutas cotidianas. Mais do que a conquista de visibilidade, eles preenchem de sentido as lacunas que antes haviam. Sintomaticamente, a presença da dança, do corpo e da performance perpassa as quatro poéticas”.

Paço Imperial
Praça XV de Novembro, 48
Centro - Rio de Janeiro
55 21 2215 2093
 
Terça à domingo das 12h às 18h
Entrada Franca
 
Bistrô do Paço
De segunda a sexta, das 11h às 19h30
Sábados, domingos e feriados, das 12h às 19h
 
Entrepasso gastronomia
De segunda a sexta, das 10h às 20h
Sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h